Voto Consciente

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, setembro 27, 2008

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Com a aproximação das eleições para prefeito e vereador no próximo dia 5 de outubro, os eleitores são constantemente advertidos com diversas notícias nos jornais, revistas e TVs sobre sonegações, desvios de verbas e corrupções políticas. Fica uma pergunta no ar: em meio as denúncias políticas, como combater esses fatos? A resposta está no voto!

O voto representa a vontade e a opção política de cada eleitor, e é através do livre e consciente exercício do voto que a democracia brasileira segue se aperfeiçoando. De acordo com Marcelo da Silva Sobrinno, advogado e mestrando na Universidade de São Paulo, “o voto correto só pode decorrer da manisfestação da vontade de um eleitor já maduro, conhecedor da realidade política e das necessidades de sua cidade, Estado e país.”

A liberdade do voto é a mais valiosa ferramenta de que dispõe o cidadão comum para alterar cenários de corrupção e atraso social. Em meio a uma crise de representatividade, o chamado “desencantamento”, o eleitores tendem a um afastamento e até alienação aos assuntos políticos. Sobrinno lembra que é justamente contra esse cenário que os eleitores devem lutar e retomar o controle da democracia. Conhecer o histórico dos candidatos, as propostas e projetos de governo, é uma forma de checar seu real interesse e capacidade para materializar as promessas que faz e isso é fundamental aos eleitores.

O desencantamento abre espaço para três fenômenos igualmente prejudiciais: um é a retomada de antigas práticas tais como a compra de votos; outro é o surgimento de candidatos puramente midiáticos, verdadeiras “construções” publicitárias descoladas da realidade mas que possuem forte apelo emocional junto aos eleitores - ou a versão mais moderna, onde pessoas com forte presença na mídia mas esvaziadas de qualquer conteúdo aproveitam sua imagem positiva para conquistarem um cargo público, mesmo sem terem a menor noção do valor e das responsabilidades inerentes à função a ser desempenhada.

Por fim, o último fenômeno é o chamado “voto de protesto”, que de protesto não tem nada. Aqui o eleitor, desencantado com a política, decide votar no candidato mais extravagante, ou naquele que possui um nome ou apelido engraçado, ou ainda que baliza sua campanha em bravatas ou discursos pseudo-moralizadores. Segundo Marcelo Sobrinno, “esses três fenômenos, juntos, têm contribuído enormemente para o empobrecimento do debate como um todo, para a espetacularização das campanhas e para uma sensível piora na qualidade de nossos representantes, resultando em gravíssimos prejuízos para a população.”