Entre pranchas e lençóis
Posted by Ricardo Cazarino | Posted on segunda-feira, junho 15, 2009
Filme gay quebra modelos tradicionais e leva um novo sentimento para as telas
Foi em um cenário com belas praias, corpos esculpidos e pôr do sol radiante que o estreante diretor Jonah Markowitz apresentou o longa De Repente, Califórnia (Shelter) com um novo olhar no submundo masculino do surf e do skate. Ele retira as cenas comuns, tão repetidas em filmes praianos, as paixões repentinas e vai mais a fundo. Provoca arrepios aos desavisados. Trabalha de forma sútil a descoberta de um sentimento guardado, a compaixão e a paixão entre dois jovens amigos.
O surfista Zach, interpretado por Trevor Wright, é um jovem que sonha em entrar na escola de artes, mas deixa esse ideal de lado para se dedicar à irmã Jeanne (Tina Holmes) e ao sobrinho de 5 anos Coldy (Jackson Wurth). Morando em uma simples casa e trabalhando duro em uma lanchonete, Zach começa a mudar sua vida quando reencontra seu amigo de infância Shaun (Brad Rowe), agora escritor e bem de vida.
Ao enfrentar os próprios sentimentos, Zach descobre em Shaun seu ponto de apoio, um refúgio para a vida e questionamentos. Ambos se apaixonam e vivem juntos momentos únicos de desconbertas e desafios. O jovem surfista se vê responsável pelo sobrinho, uma vez que a irmã não tem condições estruturais e psicológicas de cuidar do menino, até abandoná-lo por uma emprego melhor.
De Repente, Califórnia aborda com respeito e simplicidade o envolvimento entre dois homens. A história entra nos cinemas sem ser piegas. Cenas musicais com belas imagens se aproximam dos vídeosclipe. O roteiro sem grandes impactos, torna a trama linear, ao mesmo tempo em que cutuca questões polêmicas na sociedade: a união homossexual e a criação de um menino por um casal do mesmo sexo.
O filme desconstrói tradicionais modelos de sociedade e família como pai, mãe e filhos, mostra a importância em acreditar nos sonhos, nos sentimentos verdadeiros e na liberdade de escolha. Ele não tem como objetivo levantar bandeiras e julgar ideias de comportamentos e pensamentos. Quem espera cenas quentes não vai encontrar. É uma história de amor como outra qualquer. A ousadia do diretor está na troca de olhar e no enlace de dois corpos masculinos.
Já me falaram e quero muito assistir.
Gosto de ver o relacionamento gay tratado com delicadeza.
Realmente, um bom filme não precisa de cenas polêmicas pra tocar os sentimentos.
O cinema realmente prova que na arte não há preconceitos, muito legal a iniciativa! Um mundo sem preconceitos é um mundo de paz :D
uns dizem que arte imita a vida, outros que a vida imita a arte. fato é que as pessoas tendem a aceitar com maior naturalidade aquilo que é mostrado a elas sem rótulos. acho que o filme passa um pouco disso. não vejo como um "filme gay" mas como um filme, sem rótulo. e diga-se de passagem, um bom filme.
bjs
Já assisti, e gostei muito. O filme é leve e bonito, e de muito bom gosto.
shelter é um filme leve, bonito e despretencioso, mas não é meu favorito conto-de-fadas gay (prefiro latter days e trick - esse talvez o mais fofo) mas fiquei feliz de vê-lo estrear no circuitão.
É um bom filme, porém com uma história bem previsível. Vale a pena assistir, uma vez que o assunto é abordado de maneira simples e com ar de romance que facilmente encanta quem assiste.
Gostei.
Tá aí...uma boa pedida para esse fim de semana.....vou assistir e depois volto para dizer o que achei...bjs cazarinoooooooooooo....rs...
"Qualquer maneira de amor vale a pena".
Basta isso!
Chega de clichês, de chavões.
Quando alguém resolve fazer algo como fora descrito, não há espaço para pieguice.
E, certamente, haverá algum tipo de raciocínio coerente.
Graças a Deus!