Memórias Preservadas

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on domingo, maio 10, 2009

Anônimas ou não, relatos pessoais se tornam eternas histórias que não são contadas em livros


“Meu nome é Lourdes, gosto de me chamar Lourdes Alves porque me faz lembrar meu pai, é o sobrenome dele. Sou paulistana, tenho 52 anos e trabalho com redes sociais. A minha missão na Terra, se posso dizer que tenho uma missão na Terra, diria que é de fazer um trabalho de educação social, que possa contribuir para outras pessoas…”.Sentada em uma confortável poltrona em uma sala adapatada para gravações, Lourdes registrou esse depoimento em 2007 no Museu da Pessoa. Hoje, o relato ganha vida a cada novo clic no acervo do museu.

Assim como Lourdes, mais de 11 mil pessoas fazem parte desse arquivo que cresce a cada dia. Alguns são personalidades mas a grande maioria é anônima. O Museu da Pessoa, localizado em Pinheiros, São Paulo, nasceu em 1991 com a intenção de valorizar as histórias reais, sem distinção e sem preconceito. Para isso, são gravados depoimentos que se acumulam nas prateleiras do museu.

Para Cláudia Fonseca, responsável pelo Programa de Memória Institucional do museu, o espaço representa a possibilidade de pessoas, das mais variadas atividades, tomarem contato com relatos de seus semelhantes. “É por meio deles, que esperamos criar uma consciência de respeito e provocar novas reflexões sobre a história.”

A função do museu vai além de gravar e guardar os relatos. Ele provoca emoções. Faz cada entrevistado sentir-se único. “Tive momentos de muita emoção, de surpresa com as lembranças suscitadas”, revela Lourdes.

As diferentes narrativas, de diferentes pessoas, unem épocas e criam um fio condutor. São visões da infância, de locais, de distantes cidades. Há relatos de políticos, educadores, esportistas e famílias. Um material rico que pode proporcionar inúmeras análises, interligações e construções.

Ou bem como resume Lourdes: “Vivemos de forma acelerada. As experiências emocionais não tem muito tempo de serem observadas, percebidas e sentidas. Isso também acontece com a memória. Boas e más lembranças ficam lá no subsolo, escondidas, empoeiradas, quase mortas.”

Comments (3)

Bela idéia a desse museu...

Seria ótimo se as pessoas parassem de idolatrar celebridades inuteis e falsas que vemos todos os dias e prestar mais atenção nas pessoas de verdade... dos verdadeiros guerreiros

http://www.tudoqueeutilounao.blogspot.com/

Cara, esse museu é mto bacana...

Imagine quem acompanha os relatos, deve ser muito enriquecedor pessoalmente, analisar os sonhos, os sentidos de vida das pessoas.. è muito interessante isso, pq a partir desses diversos relatos, de historias e contextos e epocas diferentes, q se dá mais noção para se firmar o sentido da própria vida

Um abraço!

Oi, Ricardo
Mto bacana mesmo seu texto. Retoma a importancia do relato pessoal, o q coincide com a proposta do museu. Parabéns!