Rodas no Asfalto

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on domingo, dezembro 06, 2009

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Manhã de sábado fria no centro da capital paulista. Aos visitantes a confirmação de que é a terra da garoa mesmo. Ao lado da antiga galeria Metrópole, centro e referência de elegância nos anos 60, um grupo especial começa a se encontrar. Pessoas caminham para fugir da garoa, outras, giram as rodas das cadeiras para o local. Outras com algumas dificuldades de locomoção também se aproximam. Em pouco tempo mais cadeirantes chegam para a concentração da 6ª Passeata do Movimento SuperAção, uma das maiores mobilizações em prol da defesa e direito da acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência.

Centenas de pessoas sem e com deficiência partiram pelas ruas do velho centro com o objetivo de mostrar à sociedade a necessidade em trabalhar assuntos de acessibilidade na maior cidade do País, além de promover a ação de voluntários e chamar a atenção para políticas públicas eficientes.

Pelo trajeto, o sol tímido resolveu participar, abriu caminho e ressaltou o brilho nos metais das cadeiras que percorriam o asfalto úmido. Animação e sorriso a todo o momento. Olhares de curiosos se estendiam pelas calçadas em todo percurso. Olhares espantados. Olhares que se permitem, por um segundo, pensar na dificuldade em percorrer um pequeno trecho munido de rodas. Cães guias também seguiam o rumo. Em meio aos observadores, um ciclista sacou uma suja e rasgada bandeira nacional que foi abraçada pelo movimento.

A passeata, realizada na semana do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, contou com participantes vindos do Rio de Janeiro, Cuiabá e um animado grupo de argentinos, responsáveis pela passeata em Santa Fé na Argentina.

Eventos assim revelam mais do que lutas por direitos, mas, deixam como lição a alegria de viver dessas pessoas. Uma alegria que transborda no olhar independente das dificuldades encontradas na vida.

Social - Movimento Superação

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on terça-feira, dezembro 01, 2009

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Informações: www.movimentosuperacao.ning.com

Vá ao Teatro!

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on segunda-feira, novembro 02, 2009

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A doce arte do teatro, capaz de libertar sentimentos escondidos, das risadas tímidas às gargalhadas escandalosas, dos arrepios e emoções agora está mais perto do público. Em uma cidade como São Paulo, inúmeras peças acontecem a todo momento. Dos grandes musicais aos grupos mais simplórios, elas tem em comum a mesma energia nas coxias. Para atrair um número maior de espectadores, acontece na cidade até o dia 13 de dezembro o projeto “ Vá ao Teatro”, onde diversas peças podem ser vistas por R$ 5,00.

Com preços populares, o projeto tem por objetivo incentivar a difusão da cultura, além de aproximar o público do palco. Estão na programação: "O Homem Inesperado", com Paulo Goulart e Nicete Bruno; "Cloaca"; "A Música Segunda"; “ As encalhadas”; “Trair e Coçar é só Começar”; “Avenida Q”; "As Pontes de Madison", com os atores Marcos Caruso e Jussara Freire; além de clássicos infantis como "Chapeuzinho Vermelho" e "Os Saltimbancos".

Inspirado na campanha, cabe aqui um lema espalhado pelo grupo teatral de rua, o “Farândula Troupe”: “a arte não muda o mundo. A arte muda o homem. O homem muda o mundo.”

Os ingressos podem ser comprados em pontos fixos e móveis.
Mais informações: http://www.vaaoteatro.org.br/

Autorretrato

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, agosto 22, 2009

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Como seria seu autorretrato? Com cores, brilhante, acanhado, exagerado ou preto e branco? O que ele representaria, um instante, passado, talvez presente? Para Fernanda Porto, seu “Autorretrato” foi conquistado com a música, ganhou letra maiúscula, percorreu melodias e virou capa de seu novo álbum.

Na noite de lançamento, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, a plateia ainda um pouco acanhada acompanhou atenta todo show. Cantora, compositora e multi-instrumentista, Fernanda Porto apresentou o novo CD que faz um passeio pela sua versatilidade musical. Vai do samba ao eletrônico, da bossa ao jazz, do acústico à MPB. Acompanhada pelos músicos Chistianne Neves e do Dj Junior Deep o palco foi ficou pequeno para tamanha sonoridade.

Voz doce e firme, Fernanda se transforma a cada canção e se desdobra entre arranjos, piano, violões, guitarra, percussão e sax. “ Esses são meus brinquedinhos”, brinca. Autorretrato apresenta canções inéditas como Tem um vaga ai ?, Agora é minha vez, Perdi o Tom, Vem morar comigo.

Fernanda Porto mostra como a música eletrônica brasileira não se perdeu. Nesse álbum ela volta ao estilo que a consagrou, apresenta novos sons sem sem fugir de suas características e das letras romanticas.

Outras Nuvens

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, agosto 01, 2009

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“Outras Nuvens”, livro da escritora e produtora Carol Ribeiro, apresenta de forma única a milenar poesia japonesa, o haicai. Na obra, Carol faz um passeio pelos sentidos da natureza, interagindo passagens do tempo, estações do ano, do dia e noite, do sol e lua seguindo a forma poética com apenas três linhas, com 5, 7, 5 sílabas cada uma.

A descrição haicaista permite que a autora crie uma fotografia ao sabor das palavras que vão criando vida e percepções sensoriais com as cores, ventos e luz. Cenas que passariam despercebidas tem um novo rumo. O leitor ganha de presente as imagens que se formam na mente a cada sílada. A renovação do cotidiano é feita linha a linha. O pingo da chuva, a água que corre, o ipê florido, o fim de tarde…

"... na manhã azul
pássaros coloridos
só de passagem

fim de tarde
leve como plumas
bando de urubus

últimas cores
o canto das saracuras
despedindo a tarde..."

Com que roupa?

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, julho 25, 2009

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Outra noite fria e gelada de sexta-feira em São Paulo. A chuva fraca que começou pela manhã e atravessou toda tarde parecia não querer parar. Mas isso não impediu a presença de centenas de pessoas, entre jovens e adultos, de lotarem a plateia do Sesc Vila Mariana. Todos acomodados. Luzes apagadas. No palco, as cortinas negras se abrem e levantam uma suave fumaça seca. Ganhões de cores. Três músicos, piano, bateria e baixo, todos de preto, fazem os primeiros acordes. Para completar todo cenário, com mais de 60 anos de carreira, Elza Soares.

Em cima de um salto exibidamente alto, roupa negra colada ao corpo e cabelos estravagantes no mais estilo Elza Soares de ser, ela fez um passeio pelo jazz, blues, samba e música brasileira. Escandalosa, ousada e abusada.

No show, Elza relembrou momentos marcantes de sua carreira como sua primeira aparição em um programa de calouro no qual tirou nota máxima. Usava um vestido antigo da mãe grampeado por alfinites, duas tranças no cabelo e uma sandália “mamãe tô na merda”. Foi dessa maneira que ela foi questionada pelo dono do palco, Ary Barroso: “De que planeta você veio?”. A mesma voz rouca e firme de hoje respondeu: “Do planeta da fome”.

A velha radiola do pai também foi lembrada. Era nela que a menina moça escutava escondida as mais belas vozes do rádio. Elza fez um passeio pelo cenário musical nacional e prestou homenagem aos consagrados compositores como Noel Rosa em “Com que roupa” e “Feitiço da Vila”, Carlos Lyra em “Lobo Bobo”, Dolores Duram em “Pano Legal”, Johnny Alf em “Eu e a brisa”, entre outros.

Por quase duas horas ela demostrou que está em plena forma física e vocal. “Estou em uma fase linda da minha vida. Aprendo a cada ano”, revela à plateia. Aplausos, sempre intensos e contínuos, interagiram a todo momento com o show. Elza Soares dispensa apresentações.

Gay Talese no Brasil

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on quarta-feira, julho 08, 2009

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É atrás dessa frase cravada em um pequeno cartaz no centro no teatro do Museu de Arte de São Paulo, iluminado por canhões de luz, que centenas de pessoas lotaram as confortáveis poltronas de ponta a ponta. Alguns se expandiam para os espaços laterias e por lá ficavam. O amplo teatro no subterrâneo une equipamentos modernos como os aparelhos de tradução simultânea as rústicas paredes da construção. Mesmo com as portas já fechadas, uma fila ainda se contorcia e dava voltas no vão livre do Masp. Todos na esperança de ouvir algumas palavras do consagrado repórter do The New York Times, Gay Talese.

Para profissionais de comunicação, Gay Talese dispensa apresentações. Considerado a pai do “new journalism”, que utiliza técnicas descritivas do romance com a realismo das personagens, deu uma verdadeira aula de jornalismo para alunos, profissionais e amantes da literatura.

Aos 77 anos, entrou no palco ao som de palmas contínuas. Com andar calmo, exibiu seu terno alinhado, sapato bicolor e um olhar admirado diante da plateia. Sorriu. Repousou o chapéu sobre uma pequena bancada ao centro e prosseguiu o restante da noite com as pernas cruzadas e mãos levamente gesticulantes. Silêncio total. Olhos e ouvidos atentos. A palavra é dele. Voz doce, firme e precisa.

Com mais de 50 anos de carreira, fez um passeio por seus trabalhos e relembrou a primeira matéria que escreveu nas modernas máquinas de escrever da redação do NY Times na década de 30. Aos 19 anos, o então entusiasmado “faz tudo” do jornal não imaginava que sua curiosidade e percepção lhe trariam tantas glórias. Seu primeiro personagem: um letrista do jornal que tinha por função escrever as notas que passavam no letreiro luminoso ao lado externo do prédio. Para Gay Talese, o simples trabalho era a oportunidade perfeita. Mergulhou por algumas horas na vida do trabalhador, perguntou as curiosidades, fatos marcantes e começou assim a traçar o perfil do entrevistado. Pediu emprestado uma máquina, sentou e redigiu. Tal folha caiu nas mãos do editor que publicou a matéria. Ainda sem assinatura. Mas estava impressa.

Das batidas fortes e barulhentas das máquinas que mais pareciam caixas registradoras, aos teclados delicados de um computador, o estilo de Gay Talese não se perdeu, pelo contrário, ganhou mais características e força. Ganhou o respeito e admiração. “Nos meus trabalhos, sempre começo algo com a descrição de algum lugar, de alguma pessoa. Procuro transformar palavras em imagem. Como se o leitor estivesse vivendo o mesmo fato a medida que eu os vejo”, declara.

Em diversos pontos da palestra relembrou a essencia de um jornalista: revelar a verdade. “O bom jornalismo é feito de verdade tanto quanto se pode chegar perto dela”. Outra base importante para conseguir uma boa história está na educação, na cortesia do profissional, na capacidade dele em conquistar a confiança do entrevistado para que possa ir fundo, cercar os detalhes e redigir com entusiasmo.

Gay Talese tem um olhar diferente. Uma curiosidade, como gosta de dizer. Ao cobrir uma luta de boxe, preferiu desvendar a vida do juiz. Ao reportar uma final de jogo de baisebol, optou contar sobre os trabalhadores que cuidadam da grama. Até os pedintes de rua e uma enorme fila para comprar calças jeans não escapam ao seu olhar. O velho bloquinho e uma caneta são seus companheiros.

O jornalista ainda fez questão de dizer que sua visita ao Brasil, a convite da FLIP (Festa Literária de Paraty/RJ), que aconteceu na última semana, foi supreendente. Ficou emocionado ao presenciar uma enorme quantidade de pessoas em uma feira exclusiva de obras impressas. “Eventos como esse, com essa proporção, não acontecem em Nova York e nem em Washigton. Em nenhum outro lugar”. Cerca de duas horas depois, todos continuam atentos. Parecem não piscar. Ficariam por mais quantas horas fossem necessárias. É preciso encerrar. Mais aplausos.

...então RODA BRASIL!

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, julho 04, 2009

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Noite fria em São Paulo. O vento gelado que recorta as ruas traz de longe um aroma quente de sabor temperado e barulhento. A música alegre ultrapassa a lona do Circo Roda Brasil, instalado no Memorial da América Latina. Luzes e cores estão por toda parte. No centro do picadeiro a platéria é convidada e mergulhar no Oceano e viajar pelo encanto do espetáculo nas águas mais profundas que jorram magia e diversão.

Oceano é o nome do novo espetáculo do circo intinerante que percorre diversas cidades brasileiras. O grupo, que tem parceria com Parlapatões e Pia Fraus, une a arte teatral com os tradicionais números circenses. Crianças, jovens e adultos compartilham por alguns momentos da mesma liberdade.

O mergulho pelas curiosidades da vida marinha começa com a imaginação de uma criança que brinca em uma banheira. Atrás de seu patinho de borracha ela viaja entre os seres mais medonhos e iluminados, pelo voo dos acrobatas, pela dança com cordas, pela força do equilibrismo e pelo balé aquático. Durante a exibição, pitadas de palhaçadas não faltam. Das mais tradicionais aos improvisos, os aplausos tomam conta do espaço. Uma discreta homenagem ao Rei do Pop com sapatões, calça colorida e maquiagem no rosto chama a atenção. Mais aplausos.

Uma novidade do espetáculo são as rampas de patinição onde são exibidas apresentações radicais. Bonecos infláveis, projeções e efeitos especiais se somam aos artistas que se revezam no palco. A trilha sonora exibida ao vivo traz ritmo e intensidade ao espetáculo. Oceano leva cada espectador a deixar de lado a imensidão da cidade e mergulhar na arte do riso.

DESABAFO

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on domingo, junho 21, 2009

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Por Yara Verônica Ferreira

Entrei na faculdade de jornalismo já na maturidade. Se eu acreditasse mesmo que um jornalista hoje pudesse ser jornalista sem dimploma, não teria feito esse curso.

Vamos aos itens que vejo importantes abordarmos:

- sobre política e economia: realmente um sociólogo, uma pessoa formada em política e relações internacinais, um economista ou outros especialistas, talvez possam escrever melhor que nós jornalistas sobre o tema, mas a minha experiência com alguns profissionais dessa área e até mesmo de leitura de artigos escritos por essas pessoas, demonstrou que nem todos sabem escrever numa linguagem entendível por todos, porque estão presos ao "modus academics". Linguajar acadêmico muitas vezes confunde o leitor, que não terá um tradutor ao seu lado para compreender o que leu;

- sobre medicina, então, digo o mesmo. Não adianta dizer que a pessoa tem “ascaris lumbricoides”, tem que se explicar o que isso causa no organismo, formas de transmissão etc, e, nem sempre o médico consegue passar aos pacientes tudo o que ele deveria saber, quem dirá aos leitores. Portanto, pergunto: que médico está apto para responder a todas as questões que os pacientes e leitores desejam saber, se não lhes fizerem as perguntas que não calam em nossas bocas de jornalistas?

- para esses casos citados, acho que podem sim escrever sobre o tema, mas não como jornalistas, como articulistas talvez, mas volto a lembrar que ainda assim, muitos leitores precisam de tradutores.- não levando em consideração temas específicos das áreas dos outros, como citei acima, mas pensando em rádio e TV, a pergunta é: algum de nós chegou na faculdade pronto para enfrentar microfones e câmaras? Aprendemos sozinhos a fazer tudo? Os professores realmente não nos serviram de nada? Entonação de voz, postura perante as câmeras, formas de se escrever notícias para rádio e tv, que é bem diferente do jornalismo escrito para leitura em jornais, revistas e sites.

- pensando no passado bem distante, dizem que muitos jornalistas aprenderam com outros jornalistas, conheci o Zé Alencar(já falecido) que viveu essa experiência, mas ele mesmo chegou a me dizer que hoje as redações vivem outros tempos, ninguém tem tempo de ensinar ninguém. Vejam as vagas por aí, há anúncios que pedem experiência anterior até para estagiário, então como podem achar que é só querer ser jornalista, bater lá na porta das redações, TVs, rádios e dizer quero ser jornalista basta?

- Vi muitos colegas de faculdade e até mesmo já formados com dificuldades para criar uma pauta, para escolher um tema para reportar, portanto, se fosse fácil ser jornalista, ninguémm teria esse tipo de dificuldade;

- via amigas e amigos passarem dificuldades em arrumar emprego na área por não terem experiência na área de jornalismo e, se nem tendo curso de jornalismo, encaixar-se na área está fácil, quem diria sem curso.

- duvido que as empresas contratarão alguém que não tenha curso de jornalismo e nenhuma experiência na área.- até para arrumar um simples freela eles pedem experiência em alguma coisa!!!! Cadê o povo que achou que não tem que ter diploma, nem aprender nada para ser jornalista? Será que eles vivem mesmo na mesma terra que nós? Será que souberam avaliar todos os prós e contras?

- Li no Comunique-se que o Deputado Miro Teixeira o PDT do RJ já está se movimentando para criar um projeto de lei para regulamentar nosso diplominha, mas na verdade, acho que a movimentação deveria ser outra dos deputados, deveriam era lutar para que revogasse essa lei insana da queda do diploma.Cada um de nós pode refletir e ver o que mais podemos fazer para nos defender, já que temos um sindicato e um órgão de classe que são fracos o suficiente para deixar isso acontecer. Queria ver se eles tentassem fazer isso com a OAB!

Vamos fazer um movimento forte, mas tem que ser em todos os meios de comunicação, só passeata não resolve.Todos nós poderíamos escrever para todos os deputados e perguntar se o governo vai pagar tudo que gastamos para nos formar e se eles realmente entendem a importância de um cursos de jornalismo, que pelo que eu saiba, foi criado justamente devido a mudança dos tempos e a necessidade de se ter profissionais de gabarito no mercado.Quem topa fazer manifesto aos nosso governantes, órgão sindicais, órgãos que se dizem protetores da imprensa?

Entre pranchas e lençóis

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on segunda-feira, junho 15, 2009

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Filme gay quebra modelos tradicionais e leva um novo sentimento para as telas


Foi em um cenário com belas praias, corpos esculpidos e pôr do sol radiante que o estreante diretor Jonah Markowitz apresentou o longa De Repente, Califórnia (Shelter) com um novo olhar no submundo masculino do surf e do skate. Ele retira as cenas comuns, tão repetidas em filmes praianos, as paixões repentinas e vai mais a fundo. Provoca arrepios aos desavisados. Trabalha de forma sútil a descoberta de um sentimento guardado, a compaixão e a paixão entre dois jovens amigos.

O surfista Zach, interpretado por Trevor Wright, é um jovem que sonha em entrar na escola de artes, mas deixa esse ideal de lado para se dedicar à irmã Jeanne (Tina Holmes) e ao sobrinho de 5 anos Coldy (Jackson Wurth). Morando em uma simples casa e trabalhando duro em uma lanchonete, Zach começa a mudar sua vida quando reencontra seu amigo de infância Shaun (Brad Rowe), agora escritor e bem de vida.

Ao enfrentar os próprios sentimentos, Zach descobre em Shaun seu ponto de apoio, um refúgio para a vida e questionamentos. Ambos se apaixonam e vivem juntos momentos únicos de desconbertas e desafios. O jovem surfista se vê responsável pelo sobrinho, uma vez que a irmã não tem condições estruturais e psicológicas de cuidar do menino, até abandoná-lo por uma emprego melhor.

De Repente, Califórnia aborda com respeito e simplicidade o envolvimento entre dois homens. A história entra nos cinemas sem ser piegas. Cenas musicais com belas imagens se aproximam dos vídeosclipe. O roteiro sem grandes impactos, torna a trama linear, ao mesmo tempo em que cutuca questões polêmicas na sociedade: a união homossexual e a criação de um menino por um casal do mesmo sexo.

O filme desconstrói tradicionais modelos de sociedade e família como pai, mãe e filhos, mostra a importância em acreditar nos sonhos, nos sentimentos verdadeiros e na liberdade de escolha. Ele não tem como objetivo levantar bandeiras e julgar ideias de comportamentos e pensamentos. Quem espera cenas quentes não vai encontrar. É uma história de amor como outra qualquer. A ousadia do diretor está na troca de olhar e no enlace de dois corpos masculinos.

Essa rua tem saída

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on quinta-feira, junho 11, 2009

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Trabalhos artísticos de pessoas em situação de rua ganham
vida e derrubam preconceitos


O que é arte para você? Desde os primórdios a arte acompanha o homem em sua evolução. Em todas as épocas, ela capta percepções, emoções, ideias, sentimentos e se tornam um espelho do mundo no qual vivemos. Ela está em museus, galerias ou nas ruas. Tem o poder de transformar e unir. No mês passado, a Pinacoteca do Estado de São Paulo mostrou a essência da arte na exposição “Convivência”, que reuniu trabalhos de 30 pessoas em situação de rua, frequentadores de duas casas de convivência do centro da cidade: a Casa de Oração do Povo da Rua e a Casa Porto Seguro.

No exuberante prédio da Pinacoteca, o museu mais antigo do país, construído em 1905, com seus tijolos à mostra carregados de cultura que se espalha pelas galerias e salas, entre o rústico e o moderno, os trabalhos expostos ficaram lado a lado às obras de grandes artistas nacionais e internacionais. Os 140 trabalhos, entre desenhos, colagens, gravuras, técnicas gráficas e xilogravuras, foram realizados durante as oficinas semanais de arte promovidas pelo Programa de Inclusão Sociocultural (PISC) do Núcleo de Ação Educativa do museu em parceria com as casas de convivência, além de visitas educativas regulares ao museu. Nesse período foram realizados cerca de 50 encontros com cada grupo.

“Para nós a mostra representa uma grande satisfação e uma conquista, além de ser a primeira exposição educativa que fazemos, demonstra também um desejo da instituição de se abrir e trabalhar com grupos menos favorecidos, reforçando seu caráter público”, relata Gabriela Aidar, coordenadora do projeto.

A mostra recebeu o título de “Convivência” com o objetivo de questionar os muros invisíveis da sociedade, criar vínculos de identidade, autopercepção e autoafirmação, além de aproximar o museu a essas pessoas com suas particularidades e dificuldades. Segundo Gabriela, a exposição mostrou que os museus podem e devem estar abertos a toda a sociedade.

Foi na Oficina Escola de Arte e Luz da Rua, localizada algumas quadras da Pinacoteca, que Vera Regina Corrêa aprendeu a trabalhar com madeira, papel e tinta. “Jamais imaginava que da madeira pudesse sair uma flor tão linda”. Aos 59 anos, com um rosto marcado e de sorriso fácil, Vera passou 15 anos pelas ruas da cidade. Ao entrar pela primeira vez na Pinacoteca para conhecer o local onde as obras ficariam expostas ficou maravilhada com a grandiosidade do espaço. “Nunca tinha entrado. Nem passado pela porta da frente. É uma maravilha. Acho que esse trabalho mostra que as pessoas mais humildes também têm muitas coisas para ensinar.”

A cada visitante um olhar misterioso e surpreso paira sobre as obras. Devidamente enquadradas com molduras e vidros, elas ganham novos horizontes e provocam uma mudança no pensamento. Dispostos pelas paredes, as luzes mostram um a um em todos seus detalhes. As assinaturas traçadas a mão apresentam o autor e fazem renascer uma identidade esquecida pelo tempo.

Vicente Augusto e Sandra Maria Rodrigues também tiveram seus trabalhos expostos. “Foi muito importante ver os trabalhos na Pinacoteca. Isso mostra que podemos quebrar barreiras. Foi uma nova oportunidade, um desenvolvimento de vida”, afirma Vicente. Com tantas dificuldades que já passou pela vida, Sandra se orgulha em ter aprendido a realizar os trabalhos artísticos. “Se não fosse a oficina, nunca teria condições que fazer o que fiz. Foi uma ótima experiência”.

“Essa rua tem saída” são os dizeres da faixa de entrada na Oficina das Artes. A frase reflete toda ação de ressocialização que os trabalhos alcançam. Revela como a arte provoca mudanças na sociedade, como dar voz aos produtores e uma transformação na mente e no coração de cada novo artista que já teve a rua como companheira. Cabe aqui um lema espalhado pelo grupo teatral de rua, o “Farândula Troupe”: “a arte não muda o mundo. A arte muda o homem. O homem muda o mundo.”

Passo a Passo

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on domingo, maio 31, 2009

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Das noites recheadas de serenatas junto com o grupo Trovadores Urbanos ao trabalho solo, Bruna Caram busca seu espaço dentro da MPB

Dizem que talento se nasce com ele ou se constrói ao longo da vida. No caso da cantora Bruna Caram, as duas opções são válidas. Antes mesmo de nascer seu destino estava traçado. Seu bisavô, no auge dos 98 anos cantarolava e batia palmas explicando que a música era uma das coisas maravilhosas da vida. Sua avó, Maria Piedade, era cantora de rádio nos anos 50 e seu avô, Jamil, violinista, sempre promoveu rodas de choro. Bruna Caram, portanto, cresceu e aprendeu a magia da arte musical nos saraus familiares.

Seu primeiro trabalho solo está no cd “Essa Menina”, lançado em 2006 pela Dabliú Discos. Todas as composições são de Otávio Toledo em parceria com o letrista Costa Netto. Fã de Elis Regina, Ella Fitzgerald, Edith Piaf, Camille e Maria Bethânia, ela mostra com talento e sensibilidade suas interpretações e o porquê é considerada uma das jovens revelações da MPB. “Esse trabalho me surpreendeu, vem me surpreendendo diariamente através de mensagens, e-mails e presença nos shows. Não esperava que me abrissem o espaço que abriram e fico emocionada e "desafiada" a fazer cada vez melhor,” revela Bruna Caram. Tão logo lançou “Essa Menina”, a música “Palavras do Coração” despontou entre as mais tocadas nas rádios especializadas em MPB. No Japão, onde seu cd saiu no ano passado pela JVC, a faixa título “Essa Menina” ficou entre as 50 músicas mais tocadas da rádio J-Wave, a maior daquele país.

Foi aos oito anos que a cantora começou a aprender piano e aos nove já era uma das cantoras do Trovadores Mirins, versão infantil do conceituado grupo paulistano Trovadores Urbanos. Na juventude, por cerca de quatro anos, Bruna Caram integrou o próprio Trovadores Urbanos, no qual aprendeu, além da qualidade vocal, a ter jogo de cintura para enfrentar as mais variadas situações nas serenatas que realizava. “Numa serenata, por mais que tudo dê errado, é preciso fazer com que dê certo. Aprendi a não sentir vergonha, a me conectar com os músicos, a me ligar profundamente com as pessoas pelo olhar. Aprendi inclusive a decorar músicas rapidamente, comecei a ter noções de voz e treinei mais a afinação”, diz a cantora. “Além disso, sou fã dos Trovadores, acho um trabalho excepcional e emocionante, e meu sonho é ganhar uma serenata (risos!)”.

Com cabeça no lugar, Bruna Caram busca seu espaço passo a passo. Das influências, preserva as mais puras lembranças do consagrado compositor e cantor Dorival Caymmi. “Dorival Caymmi... nem posso falar nele, senão choro. Meu avô era o maior fã dele, quase todo dia cantava ‘Maracangalha’ e ‘Fiz Uma Viagem’, e a música ‘João Valentão’ era quase que seu tema de vida, até hoje não escuto mais essa música porque me emociona...”, conta Bruna. “Tem uma que acredito ser do Caymmi, que cantarolei uns trilhões de vezes outro dia, diz: ‘Todo mundo no mundo tem amor, tem seu bem... Pra esse canto do mundo, só o meu que não vem...’. Tão simples e tão lindo isso! Caymmi é um rei.”

Planos para o futuro: “Cantar até não poder!”. Com profissionalismo e dedicação Bruna Caram aos poucos vai conquistando seu espaço dentro do cenário musical, cada dia mais concorrido. “É preciso muita garra e muito jogo de cintura para lidar com isso, mas também a gente não precisa pirar. Tenho muitos amigos que são artistas jovens hoje no Brasil, muitas das "novas cantoras da MPB" inclusive, e a dificuldade não nos afasta por sermos "concorrência". É preciso que cada um procure seu caminho, fazer seu trabalho, e que ele seja autêntico. Acho possível fazer uma música de qualidade no Brasil hoje que seja de fato popular, e busco isso no meu trabalho. Acho possível reencontrarmos nosso espaço. Pode até ser esperança inocente minha, mas, somos jovens, melhor acharmos que é possível e termos essa esperança quase insana...”, finaliza a cantora.

Nota: Pré-lançamento do novo cd : FERIADO PESSOAL
10 de Junho
Teatro das Artes, Shopping Eldorado
Tel: 4003-2330
Obs: Matéria publicada na revista Ocas/dez08

Memórias Preservadas

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on domingo, maio 10, 2009

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Anônimas ou não, relatos pessoais se tornam eternas histórias que não são contadas em livros


“Meu nome é Lourdes, gosto de me chamar Lourdes Alves porque me faz lembrar meu pai, é o sobrenome dele. Sou paulistana, tenho 52 anos e trabalho com redes sociais. A minha missão na Terra, se posso dizer que tenho uma missão na Terra, diria que é de fazer um trabalho de educação social, que possa contribuir para outras pessoas…”.Sentada em uma confortável poltrona em uma sala adapatada para gravações, Lourdes registrou esse depoimento em 2007 no Museu da Pessoa. Hoje, o relato ganha vida a cada novo clic no acervo do museu.

Assim como Lourdes, mais de 11 mil pessoas fazem parte desse arquivo que cresce a cada dia. Alguns são personalidades mas a grande maioria é anônima. O Museu da Pessoa, localizado em Pinheiros, São Paulo, nasceu em 1991 com a intenção de valorizar as histórias reais, sem distinção e sem preconceito. Para isso, são gravados depoimentos que se acumulam nas prateleiras do museu.

Para Cláudia Fonseca, responsável pelo Programa de Memória Institucional do museu, o espaço representa a possibilidade de pessoas, das mais variadas atividades, tomarem contato com relatos de seus semelhantes. “É por meio deles, que esperamos criar uma consciência de respeito e provocar novas reflexões sobre a história.”

A função do museu vai além de gravar e guardar os relatos. Ele provoca emoções. Faz cada entrevistado sentir-se único. “Tive momentos de muita emoção, de surpresa com as lembranças suscitadas”, revela Lourdes.

As diferentes narrativas, de diferentes pessoas, unem épocas e criam um fio condutor. São visões da infância, de locais, de distantes cidades. Há relatos de políticos, educadores, esportistas e famílias. Um material rico que pode proporcionar inúmeras análises, interligações e construções.

Ou bem como resume Lourdes: “Vivemos de forma acelerada. As experiências emocionais não tem muito tempo de serem observadas, percebidas e sentidas. Isso também acontece com a memória. Boas e más lembranças ficam lá no subsolo, escondidas, empoeiradas, quase mortas.”

Quem vê cara...

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on terça-feira, abril 21, 2009

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Nas últimas semanas cerca de 18 milhões de pessoas no mundo foram atrás de um clique. O vídeo de Susan Boyle, inglesa de 47 anos, se apresentando no programa musical Britain´s Got Talent virou sucesso absoluto.

Sua aparência física, longe das tradicionais estéticas de popstars provocou cinismo e motivo de risada da plateia e jurados. Com a música “I dreamed a Dream” Susan gerou um verdadeiro delírio e foi aplaudida de pé durante toda apresentação. Hoje Susan é sucesso e está entre os convidados dos principais programas de TV, jornais e revistas.

O caso de Susan mostra o quanto o ser humano erra, e erra feio, ao julgar as pessoas pela aparências. É exemplo mais recente do preconceito e do julgamento prévio, de como as pessoas se baseiam nos conceitos tidos como corretos…julgamentos comportamentais, estéticos, visuais.

Link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=j15caPf1FRk

Quando a música encontra uma Voz

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on domingo, março 22, 2009

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Fim de sábado e a noite começa a dar início a seu ciclo. A típica garoa que cai sobre os ombros não deixa mentir sobre onde estamos. Nada mais adequado para aquecer esse cenário e unir pensamentos perdidos do que uma boa música. As pétalas coloridas espalhas pelo chão dão mais graça ao palco arena do Centro Cultural São Paulo e se transformam em um tapete para receber a banda Vega. O público marca presença é se torna uma atração à parte.

A banda com oito anos de formação se mostra mais entrosada do que nunca. Das primeiras apresentações à esse show, a evolução e percepção musical são nítidos. Olhares e gestos se somam e complementam. Profissionalismo é uma das características desse grupo que ganha novos admiradores

No centro da arena as luzes apontam para Claudia Gomes. No comando do Vega ela transborda qualidade vocal e simpatia. Claudia sabe a que veio e deixa seu recado. Na gaita e nos gestos ela convence e não faz feio. Capta das letras suas essências e presenteia o público com um sentimento único. Ela vive cada música. Sorri…e não segura algumas lágrimas teimosas que dão mais brilho aos olhos. “…..Por mais que eu queira aceitar Por mais que eu queira me iludir Não há nada, nada, nada, nada Que me faça reagir a sua falta Essa falta….”(Essa Falta)

Mesclando composições do primeiro trabalho “Flores no Deserto” e do último álbum, “Novos Tempos”, além de releituras de Rita Lee (Agora só Falta Você) e Chico Buarque (Construção), Vega chega em 2009 pronto para alcançar voos mais altos. “…Vejo flores no deserto Homens buscando o certo Labirintos, fontes do pecado Mapas que me levam ao passado...” (Flores noDeserto)
*foto: Henrique Éder



Mistérios de Clarice

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, março 07, 2009

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Em meio a tortura de pensamentos que vagam segundo a segundo em nossas cabeças, infinitas frases passam despercebidas. Por inúmeras razões elas se perdem. Jogadas ao vento não são aproveitadas. Uma em especial, um poema declamado de forma repentina e sem compromisso, ficou marcado. Permita-se a Clarice Lispector:

“Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.” ( CL)

Clarice vive no olhar mais denso das palavras. Se permite ir as profudenzas e ultrapassa fronteiras com a sutileza de suas escrituras. Na arte, percorre com sabedoria e ousadia as crônicas, poemas, obras literárias, romances, contos…. Com alma de jornalista, Clarice entra e marca a história da literatura nacional. Seus mistérios escondem sabedoria. Mediar sentimentos é uma das funções das poesias. Há quem diga que não há nada melhor do que ler/escutar uma poesia em algum momento de dificuldade.

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." ( CL)

Geração Canguru

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on segunda-feira, fevereiro 16, 2009

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Na década de 70, no auge da luta dos jovens pela liberdade e por uma sociedade mais democrática, Elis Regina cantava: “Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais...”. Hoje, a atual geração de jovens vive uma nova fase. Na faixa dos 30 anos, muitos deixaram de viver como os pais e passaram a viver com os pais. E esse nova classe ganhou um nome: geração canguru! Moram na mesma casa de criança mas seguem normas de adultos. Até poderiam viver sozinhos, mas como os filhotes de cangurus, não querem deixar o colo da mãe.

Os cangurus são um fenômeno social. No Brasil, mais de oito milhões de pessoas, entre 25 e 40 anos, moram com os pais de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Para Mara Pusch, psicoterapeuta e sexóloga da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e autora do blog http://www.esmaltenope.blogspot.com/, a dinâmica “canguru” é constituida principamente pelo comodismo das duas partes, tanto do filho quanto dos pais, já que alguns pais preferem ter os filhos “embaixo da asa” para não ter que “perdê-los” para a vida.

Segundo Mara Pusch existem dois tipos de jovens adultos: o primeiro é aquele que é acomodado, prefere poupar dinheiro em vez de comprar seu próprio apartamento, desfrutar das mordomias da casa dos pais e que no fundo tem medo da independência. O segundo pode sofrer da chamada Síndrome de Peter Pan, assim como no desenho animado Peter Pan era o menino que não queria crescer, alguns jovens desejam manter-se sempre jovens. “É aquela criança que vira adulta, mas que só vive o aqui e o agora, só quer aventuras e tem a necessidade de mostrar o seu poder. E por essa razão se descuidam das responsabilidades de virar um adulto.”

Sair da casa dos pais significa ter que crescer. Mas não basta ter uma atitude irresponsável para se enquadrar um sintoma de Peter Pan. Existem muitos outros sentimentos que impedem o indivíduo de viver de forma saudável. Essa situação é retratada, com bom humor, no cinema. O longa "Armações do Amor", de 2006, conta a história de um solteirão de 35 anos que mora com os pais. Irritados pela acomodação do filho, os pais contratam uma bela mulher para tentar seduzí-lo e, finalmente, tirá-lo de casa.

Mas afinal, qual a melhor idade de deixar a casa dos pais? “A idade certa é aquela onde a vontade de ser independente e traçar o próprio caminho fica evidente. Aí é encher o peito de coragem e ir em busca do próprio caminho, sabendo que a saída da casa dos pais não é sinônimo de abandono ou solidão, apenas mais um obstáculo a ser enfrentad”, conclui Mara Pusch.

SOCIAL - O Autor na Praça recebe a equipe da revista Ocas"

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on terça-feira, fevereiro 03, 2009

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A equipe da revista Ocas", produzida pela Organização Civil de Ação Social (OCAS), estará neste sábado, 7/2, às 14h, no projeto O Autor na Praça, na Praça Benedito Calixto, em Pinheiros.

A publicação é um projeto social que visa colaborar na reintegração na sociedade, de pessoas em situação de risco social.

Os vendedores apresentarão a revista, contarão suas histórias e ainda apresentarão seus livros e suas poesias.

Os voluntários da Organização darão apoio às apresentações e estarão à disposição para esclarecer dúvidas sobre os projetos da OCAS, entre eles, o da própria revista Ocas", o do Futebol Social, o da Terapia Ocupacional e o de Psicodrama.

Cerca de 1500 pessoas já atuaram como vendedores da revista Ocas''. Os resultados foram tão positivos, que a maioria fortaleceu a auto-estima, retomou a vida no ambiente familiar, voltou aos estudos e muitos até conquistaram um emprego.

Venha conhecer um projeto que preza por uma sociedade justa, democrática e participativa!

Praça Benedito Calixto – Pinheiros
Sábado 7/2, às 14h

OCAS – http://www.ocas.org.br
HWC - http://www.homelessworldcup.org/
INSP - http://www.street-papers.org/

Contato – O Autor na Praça:
Edson Lima - celular: (11) 9586-5577
E-mail: edsonlima@autornapraca.com.br
Site: http://www.oautornapraca.com.br

Selo!

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on domingo, fevereiro 01, 2009

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Ganhei um selo de Iêda do belo e cativante Vida de Bailarina







Para postar o selo tenho que seguir regras.São elas:
1- Exiba a imagem do selo "Olha Que Blog Maneiro" Que vc acabou de ganhar!!!
2 - Poste o link do blog que te indicou.(muito importante!!!)
3 - Indique 10 blogs de sua preferência.
4 - Avise seus indicados.
5 - Publique as regras.
6 - Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7 - Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.

Indicados:


- Metendo o Bedelho
- Café com Notícias
- AndyZeo
- Atividades
- Circo da Notícia
- Claudia Gomes
- Esmalte no Pé
- Anônimo SA
- Discutindo temas polêmicos
- Garota Pendurada

São Paulo - SP

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, janeiro 24, 2009

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Que cidade é essa? Para alguns é a terra das oportunidades e negócios, dos encontros e desencontros, do samba e da garoa. Mas ela é mais do que tudo isso. É preciso vivê-la cada dia, minuto…segundo. São Paulo, essa paulicéia desvairada com seus 10 milhões de habitantes, que completa 455 anos tem muita história para contar. Histórias que nem mesmo são capazes de revelar a verdadeira face dessa torre de babel.

Quem chega aqui pela primeira vez logo se depara com a grande movimentação a qualquer hora do dia e da noite. Essa cidade não pára! Serviços 24h dos mais variados não deixam ela dormir. O sono é leve e apenas adormece. O trânsito é democrático, pobres e ricos se encontram nos eternos congestionamentos. O passo apressado faz com que os olhares não se cruzem. Olhares estes que se perdem nas multidões.

São Paulo abraça com tanta força seus moradores, das mais variadas regiões do país e do mundo, que é preciso ficar sempre atento, caso contrário, ela passa por cima e todas as esperanças e expectivas depositadas caem sem piedade. A cidade onde todas as raças se encontram, negros, brancos, índios, mestiços…se torna a verdadeira miscigenação do mundo.

Seus aromas e sabores são encantadores. Um verdadeiro passeio gastronômico está à disposição. Bares e restaurantes encantam e permitem viajar pelos mais variados pratos da culinária internacional. A noite paulistana é um prato cheio para os amantes de boemia. Transpira musicalidade pelos bares e casas de shows…rock, MPB, jazz, samba, pagode…

A arte é algo para se dar valor. Pode ser dentro dos museus e até mesmo nos tradicionais artistas de rua que sobrevivem com seus chapéus e mãos estendidas. São Paulo é assim, da diversidade…da violência que cresce a cada dia…simples como um sorriso, misteriosa com uma lágrima, e as vezes, triste como uma dor. Talvez, só entenda de fato quando cruzar a Av. Ipiranga com a Av. São João…





Tragédia Renascer - registro em tempo real

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on segunda-feira, janeiro 19, 2009

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O silêncio da tranquila tarde do último domingo foi quebrado por um forte estampido abafado. A poeira que levantava demonstrava que o estrago era grande. Os ponteiros marcavam 18h53min. Vinha abaixo o teto da igreja Renascer, sede mundial, no bairro do Cambuci/SP.

Avistei as primeiras movimentações momentos após o ocorrido, antes mesmo das equipes de resgate alcançarem o local. As proporções do desabamento já eram grandes mesmo do lado de fora. Das estreitas portas de entrada, já era possível perceber que o templo estava a céu aberto. Todas ferragens do teto estavam em meio a poeira e ao caos. Senhoras, crianças, e na maioria mulheres, sairam em desespero sem rumo. Aos gritos procuravam parentes e amigos, outras com as mãos sob a cabeça aparavam o sangue e escoliações. Gritaria. Barulho. Choro.

O cenário era despererador. Cadeiras de estofado vermelho eram arrancadas aos montes, atiradas e colocadas em pilhas em plena avenida. Começavam a chegar os primeiros socorros. Equipes de resgate entravam e saiam com vítimas nos braços e em macas. A avenida transformou-se em um grande pronto socorro. O asfalto sem preconceito recebia as inúmeras vítimas. Diversos voluntários auxiliavam os socorros.

Antes mesmo das primeiras equipes de reportagem iniciarem os trabalhos, diversos populares e cinegrafistas armadores já faziam os primeiros registros através das câmeras de celulares ou digitais. Nesse momento, membros da igreja, representantes e fiés, de forma violenta, tentavam impedir o registro, com agressões e muitos empurrões. (o qual me enquadro nessa questão da violência por parte dos membros tentando impedir o registro de interesse público e de tamanhas proporções). Com as equipes de reportagens não foi diferente. Muitas encontraram dificuldades. Agressões físicas e empurrões também tentavam impedir o resgistro.

Ambulâncias tomaram a avenida, os trabalhos foram até altas horas, os helicópteros entraram madrugada fazendo resgate. Até 22h de hoje, o balanço é nove pessoas mortas no local e 114 feridas. Oito pessoas continuam internadas em estado grave.


*foto: AE

Seven Pounds

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on quarta-feira, janeiro 07, 2009

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Uma vida é pouca para desvendar os mistérios da mente humana. Mais uma vida é suficiente para que nasça e morra sentimentos de compaixão, paixão e também o da obsessão em ajudar o próximo..até que para isso o único remédio bata dentro do peito.

No filme Sete Vidas, em exibição nos cinemas, Will Smith interpreta Bem Thomas, vítima do próprio destino que encontra uma única forma de superar um trauma provocado por ele: a morte de sete pessoas. Sete vidas tiradas de forma inesperada em uma noite.

Para superar esse dilema, ele passa a buscar outras sete vidas, carentes de algum bem físico, material ou financeiro. De um menino carente pelo transplante de medula a um pianista cego que tem sua alma transportada pelo dedilhar do piano. Nessa busca, acaba encontrando algo que não esperava...

Sete vidas ganham novos rumos, novas alegrias e tristezas. O filme ganha força na segunda metade. Sentimentos se misturam. Do sorriso ao desespero, do amizade ao ódio, do amor…ao suicídio.