Vozes que encantam

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on terça-feira, abril 29, 2008

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Por Ricardo Cazarino

Colaboração: Yara Verônica

Longe das tradicionais casas de shows, holofotes e lentes das grandes mídias, sobe ao palco uma banda que ganha cada vez mais o gosto do público. Na platéia, comportada ou não, fiéis seguidores e novatos se mesclam e escutam uma única voz. No comando, uma bela jovem de traços simples e marcantes faz sua paixão musical jorrar qualidade vocal. A gaita, sempre rendida à essa voz, se une ao som único e característico da banda. Aplausos. Gritos. Luzes se apagam.....

Pela história da música brasileira observa-se que o país sempre pôde contar com forte rigor técnico e uma interpretação aguçada nas vozes de suas divas. Hoje, o mercado fonográfico passa por uma nova fase. Transborda de novas cantoras. É um verdadeiro celeiro de vozes meigas, suaves, marcantes e novos rostos. Muitas trazem da infância a competência e a habilidade técnico com a voz.

Na época do auge do rádio, poucas mulheres ousaram exibir sua voz. As que ultrapassaram preconceitos, caíram na graça do público, deixaram seus legados e deram um show de brasilidade. Camélia Alves, Ellen de lima, Nora Ney, Maísa e Violeta Cavalcanti integram a fase.

O glamour que os homens transpareciam em canções como Garota de Ipanema e Mulheres de Atenas já representavam a força das mulheres. Mas elas queriam mais que serem musas, tomaram a frente e conquistaram públicos dos mais distintos. Nara Leão, Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa, Wanderléa ecoam na memória de muitos.

Em diferentes estilos elas ganham destaque. O salto alto e uma delicada maquiagem tornaram-se cúmplices de uma capacidade vocal a ser explorada e admirada. Ivete Sangalo, Vanessa da Mata, Maria Rita, Adriana Calcanhoto,Bruna Caran, Ana Cañas, Luciana Mello, soam pelas rádios e enchem a tela da TV. Mas, até as vozes do passado ganharam espaço com essa nova safra, através das regravações.

E o show tem que continuar....as luzes se apagam e os próximos minutos são entregues a Banda Vega, comandada por Claudia Gomes, cantora que se destaca por sua competencia vocal, simplicidade e luz. Em Novos Tempos, novo cd da banda, Claudia encanta com suas próprias composições e com regravações, como “Construção” de Chico Buarque.

* postagem reeditada - original (10/02/08)

Cartas marcadas...desfeitas

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sexta-feira, abril 18, 2008

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Uma bala perdida traça o destino de vidas sem roteiro. Vidas ao acaso se revelam na imperdoável São Paulo da beleza e do caos. Caos que amedronta personagens que se encontram pelas ondas da rádio, pelo olhar perdido, pelo esbarrão na rua. Rua da tristeza e do medo cercada pela violência estampada na face. Face que marca os traços da vida a procura do destino. Destino...capacidade de transformar.

No longa-metragem O Signo da Cidade, essas transformações ocorrem ao acaso. As ruas esquecidas e os prédios decadentes e mal tratados do centro da capital são testemunhas de um tempo de indecisão.

A teia de personagens, a princípio sem ligação, se une a uma linha tênue. Ao mesmo tempo em que provoca sofrimento, ela supera traumas e aconselha nos caminhos traçados. Com direção de Carlos Alberto Riccelli e roteiro de Bruna Lombardi, O Signo da Cidade, mostra como sonhos e desejos são transformados.

Atores consagrados como Bruna Lombardi, Juca de Oliveira, Eva Wilma e Malvino Salvador deixam a trama com segurança e realidade, além de atuação emocionante da jovem atriz Laís Marques.


Magia na voz e no som

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, abril 05, 2008

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“A ana disse ontem
A ana ficou triste
A ana também leu
A ana não existe...” *

O palco arena do Centro Cultural São Paulo ficou pequeno e se rendeu aos pés da mais nova revelação da música popular brasileira. Morena, cabelos levemente soltos, vestido preto, um sorriso meigo e jeito de menina...assim é Ana Cañas, que supreende por sua qualidade e interpretação musical.

A doce e vibrante voz é regada por vinho ao longo do show. A clássica taça acompanha os acordes do violão celo, teclado e bateria. Do palco, ela faz sua casa. Do público ganha novos admiradores. Do microfone um aliado. Com a música, se mostra para a vida.

Com 5 anos de experiência nas noites dos bares paulistanos, Ana Cañas lança seu álbum “Amor e Caos”. Nele, Ana passeia com segurança pela MPB e traz o mais puro som do jazz. Há quem diga que Ana é a voz feminina do jazz.

Voz e violão se confundem ao inesquesível sabor musical. Como uma menina no palco, ela se transforma a cada nova interpretação. Ela brilha e encanta. “ Mas é doce quando é doce...” *

Amor e Caos também apresenta o gracioso lado compositora de Ana. Das dez faixas do álbum, sete compartilha com seus parceiros. Com letras delicadas e trabalhadas, as composições ganham as vozes do público. “Coração Vagabundo”, “Cade Você”, “Devolve moço” fazem parte da trilha de Ana Cañas.

* trecho da letra “A Ana”
Mais informações, vídeo, fotos, agenda : www.anacanas.com