São Paulo - SP

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, janeiro 24, 2009

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Que cidade é essa? Para alguns é a terra das oportunidades e negócios, dos encontros e desencontros, do samba e da garoa. Mas ela é mais do que tudo isso. É preciso vivê-la cada dia, minuto…segundo. São Paulo, essa paulicéia desvairada com seus 10 milhões de habitantes, que completa 455 anos tem muita história para contar. Histórias que nem mesmo são capazes de revelar a verdadeira face dessa torre de babel.

Quem chega aqui pela primeira vez logo se depara com a grande movimentação a qualquer hora do dia e da noite. Essa cidade não pára! Serviços 24h dos mais variados não deixam ela dormir. O sono é leve e apenas adormece. O trânsito é democrático, pobres e ricos se encontram nos eternos congestionamentos. O passo apressado faz com que os olhares não se cruzem. Olhares estes que se perdem nas multidões.

São Paulo abraça com tanta força seus moradores, das mais variadas regiões do país e do mundo, que é preciso ficar sempre atento, caso contrário, ela passa por cima e todas as esperanças e expectivas depositadas caem sem piedade. A cidade onde todas as raças se encontram, negros, brancos, índios, mestiços…se torna a verdadeira miscigenação do mundo.

Seus aromas e sabores são encantadores. Um verdadeiro passeio gastronômico está à disposição. Bares e restaurantes encantam e permitem viajar pelos mais variados pratos da culinária internacional. A noite paulistana é um prato cheio para os amantes de boemia. Transpira musicalidade pelos bares e casas de shows…rock, MPB, jazz, samba, pagode…

A arte é algo para se dar valor. Pode ser dentro dos museus e até mesmo nos tradicionais artistas de rua que sobrevivem com seus chapéus e mãos estendidas. São Paulo é assim, da diversidade…da violência que cresce a cada dia…simples como um sorriso, misteriosa com uma lágrima, e as vezes, triste como uma dor. Talvez, só entenda de fato quando cruzar a Av. Ipiranga com a Av. São João…





Tragédia Renascer - registro em tempo real

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on segunda-feira, janeiro 19, 2009

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O silêncio da tranquila tarde do último domingo foi quebrado por um forte estampido abafado. A poeira que levantava demonstrava que o estrago era grande. Os ponteiros marcavam 18h53min. Vinha abaixo o teto da igreja Renascer, sede mundial, no bairro do Cambuci/SP.

Avistei as primeiras movimentações momentos após o ocorrido, antes mesmo das equipes de resgate alcançarem o local. As proporções do desabamento já eram grandes mesmo do lado de fora. Das estreitas portas de entrada, já era possível perceber que o templo estava a céu aberto. Todas ferragens do teto estavam em meio a poeira e ao caos. Senhoras, crianças, e na maioria mulheres, sairam em desespero sem rumo. Aos gritos procuravam parentes e amigos, outras com as mãos sob a cabeça aparavam o sangue e escoliações. Gritaria. Barulho. Choro.

O cenário era despererador. Cadeiras de estofado vermelho eram arrancadas aos montes, atiradas e colocadas em pilhas em plena avenida. Começavam a chegar os primeiros socorros. Equipes de resgate entravam e saiam com vítimas nos braços e em macas. A avenida transformou-se em um grande pronto socorro. O asfalto sem preconceito recebia as inúmeras vítimas. Diversos voluntários auxiliavam os socorros.

Antes mesmo das primeiras equipes de reportagem iniciarem os trabalhos, diversos populares e cinegrafistas armadores já faziam os primeiros registros através das câmeras de celulares ou digitais. Nesse momento, membros da igreja, representantes e fiés, de forma violenta, tentavam impedir o registro, com agressões e muitos empurrões. (o qual me enquadro nessa questão da violência por parte dos membros tentando impedir o registro de interesse público e de tamanhas proporções). Com as equipes de reportagens não foi diferente. Muitas encontraram dificuldades. Agressões físicas e empurrões também tentavam impedir o resgistro.

Ambulâncias tomaram a avenida, os trabalhos foram até altas horas, os helicópteros entraram madrugada fazendo resgate. Até 22h de hoje, o balanço é nove pessoas mortas no local e 114 feridas. Oito pessoas continuam internadas em estado grave.


*foto: AE

Seven Pounds

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on quarta-feira, janeiro 07, 2009

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Uma vida é pouca para desvendar os mistérios da mente humana. Mais uma vida é suficiente para que nasça e morra sentimentos de compaixão, paixão e também o da obsessão em ajudar o próximo..até que para isso o único remédio bata dentro do peito.

No filme Sete Vidas, em exibição nos cinemas, Will Smith interpreta Bem Thomas, vítima do próprio destino que encontra uma única forma de superar um trauma provocado por ele: a morte de sete pessoas. Sete vidas tiradas de forma inesperada em uma noite.

Para superar esse dilema, ele passa a buscar outras sete vidas, carentes de algum bem físico, material ou financeiro. De um menino carente pelo transplante de medula a um pianista cego que tem sua alma transportada pelo dedilhar do piano. Nessa busca, acaba encontrando algo que não esperava...

Sete vidas ganham novos rumos, novas alegrias e tristezas. O filme ganha força na segunda metade. Sentimentos se misturam. Do sorriso ao desespero, do amizade ao ódio, do amor…ao suicídio.