Tronco da Vida

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sexta-feira, maio 30, 2008

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Uma célula de vida e uma vida para esperança para milhões de pessoas. Independente de crenças, religiões, etnias, culturas, conceitos e idéias um dos principais objetivos do homem é a qualidade de vida. O direito de liberdade! Uma palavra simples mais com infinitas percepções e sensações.

Um dos mais longos e polêmicos debates chegou ao fim. Em uma decisão histórica o Supremo Tribunal Federal autorizou as pesquisas com células-tronco embrionárias. Uma luz de esperança para portadores de necessidades especiais e pacientes com as mais diversas doenças.

Segundo cientistas as pesquisas podem ser determinantes para a cura de graves doenças como, por exemplo, o mal de Alzheimer, leucemia, mal de Parkinson, diabetes, paralisias e lesões.

Os resultados certamente não serão de imediatos, mas futuras gerações vão poder tornar os sonhos em algo real. Uma lembrança perdida ganhará novas risadas...poucos passos se tornarão grandes vitórias...uma lágrima se derramará de alegria...um alívio, um sorriso de vida foi aprovado.

Obs: As células-tronco se caracterizam pela capacidade de se transformar em diversos tipos de tecidos que formam o corpo humano.

Vozes que encantam

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on terça-feira, abril 29, 2008

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Por Ricardo Cazarino

Colaboração: Yara Verônica

Longe das tradicionais casas de shows, holofotes e lentes das grandes mídias, sobe ao palco uma banda que ganha cada vez mais o gosto do público. Na platéia, comportada ou não, fiéis seguidores e novatos se mesclam e escutam uma única voz. No comando, uma bela jovem de traços simples e marcantes faz sua paixão musical jorrar qualidade vocal. A gaita, sempre rendida à essa voz, se une ao som único e característico da banda. Aplausos. Gritos. Luzes se apagam.....

Pela história da música brasileira observa-se que o país sempre pôde contar com forte rigor técnico e uma interpretação aguçada nas vozes de suas divas. Hoje, o mercado fonográfico passa por uma nova fase. Transborda de novas cantoras. É um verdadeiro celeiro de vozes meigas, suaves, marcantes e novos rostos. Muitas trazem da infância a competência e a habilidade técnico com a voz.

Na época do auge do rádio, poucas mulheres ousaram exibir sua voz. As que ultrapassaram preconceitos, caíram na graça do público, deixaram seus legados e deram um show de brasilidade. Camélia Alves, Ellen de lima, Nora Ney, Maísa e Violeta Cavalcanti integram a fase.

O glamour que os homens transpareciam em canções como Garota de Ipanema e Mulheres de Atenas já representavam a força das mulheres. Mas elas queriam mais que serem musas, tomaram a frente e conquistaram públicos dos mais distintos. Nara Leão, Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa, Wanderléa ecoam na memória de muitos.

Em diferentes estilos elas ganham destaque. O salto alto e uma delicada maquiagem tornaram-se cúmplices de uma capacidade vocal a ser explorada e admirada. Ivete Sangalo, Vanessa da Mata, Maria Rita, Adriana Calcanhoto,Bruna Caran, Ana Cañas, Luciana Mello, soam pelas rádios e enchem a tela da TV. Mas, até as vozes do passado ganharam espaço com essa nova safra, através das regravações.

E o show tem que continuar....as luzes se apagam e os próximos minutos são entregues a Banda Vega, comandada por Claudia Gomes, cantora que se destaca por sua competencia vocal, simplicidade e luz. Em Novos Tempos, novo cd da banda, Claudia encanta com suas próprias composições e com regravações, como “Construção” de Chico Buarque.

* postagem reeditada - original (10/02/08)

Cartas marcadas...desfeitas

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sexta-feira, abril 18, 2008

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Uma bala perdida traça o destino de vidas sem roteiro. Vidas ao acaso se revelam na imperdoável São Paulo da beleza e do caos. Caos que amedronta personagens que se encontram pelas ondas da rádio, pelo olhar perdido, pelo esbarrão na rua. Rua da tristeza e do medo cercada pela violência estampada na face. Face que marca os traços da vida a procura do destino. Destino...capacidade de transformar.

No longa-metragem O Signo da Cidade, essas transformações ocorrem ao acaso. As ruas esquecidas e os prédios decadentes e mal tratados do centro da capital são testemunhas de um tempo de indecisão.

A teia de personagens, a princípio sem ligação, se une a uma linha tênue. Ao mesmo tempo em que provoca sofrimento, ela supera traumas e aconselha nos caminhos traçados. Com direção de Carlos Alberto Riccelli e roteiro de Bruna Lombardi, O Signo da Cidade, mostra como sonhos e desejos são transformados.

Atores consagrados como Bruna Lombardi, Juca de Oliveira, Eva Wilma e Malvino Salvador deixam a trama com segurança e realidade, além de atuação emocionante da jovem atriz Laís Marques.


Magia na voz e no som

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, abril 05, 2008

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“A ana disse ontem
A ana ficou triste
A ana também leu
A ana não existe...” *

O palco arena do Centro Cultural São Paulo ficou pequeno e se rendeu aos pés da mais nova revelação da música popular brasileira. Morena, cabelos levemente soltos, vestido preto, um sorriso meigo e jeito de menina...assim é Ana Cañas, que supreende por sua qualidade e interpretação musical.

A doce e vibrante voz é regada por vinho ao longo do show. A clássica taça acompanha os acordes do violão celo, teclado e bateria. Do palco, ela faz sua casa. Do público ganha novos admiradores. Do microfone um aliado. Com a música, se mostra para a vida.

Com 5 anos de experiência nas noites dos bares paulistanos, Ana Cañas lança seu álbum “Amor e Caos”. Nele, Ana passeia com segurança pela MPB e traz o mais puro som do jazz. Há quem diga que Ana é a voz feminina do jazz.

Voz e violão se confundem ao inesquesível sabor musical. Como uma menina no palco, ela se transforma a cada nova interpretação. Ela brilha e encanta. “ Mas é doce quando é doce...” *

Amor e Caos também apresenta o gracioso lado compositora de Ana. Das dez faixas do álbum, sete compartilha com seus parceiros. Com letras delicadas e trabalhadas, as composições ganham as vozes do público. “Coração Vagabundo”, “Cade Você”, “Devolve moço” fazem parte da trilha de Ana Cañas.

* trecho da letra “A Ana”
Mais informações, vídeo, fotos, agenda : www.anacanas.com





Grito Escondido

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on domingo, março 16, 2008

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De longe suas linhas são imponentes. A cor amarela vibrante escorre pelas paredes e cria um contraste com o cinza da cidade que chora. O clima nublado com ecos de relâmpagos ao fundo não afasta alguns visitantes. As diferentes cores de verdes em um amplo jardim cercam e preservam parte da história. De perto, os olhos vão além. Depara-se com um patrimônio ferido, com medo. Erguido às margens do grito da independência, a Museu Paulista (Museu do Ipiranga) sofre com a falta de recurso, com a ação do vandalismo e agora grita por uma ajuda.

Os monumentos no parque da Independência sofrem calados e nada podem fazer. Leões, cavaleiros e soldados de bronze apanham na cara. Muitos já não estão mais com suas espadas erguidas ao céu. Outros, apenas seguram parte dos armamentos destruídos ou roubados. A bandeira brasileira que do alto do mastro vigiava a cidade, também foi levada.

Projetado pelo engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi e erguido no ano de 1890, o Museu, em sua parte interna é recortado por corredores, escadarias e amplas salas. Possui um acervo de mais de 125 mil unidades entre objetos e arquivos que registram a sociedade brasileira anterior ao século 20 com destaque para a história da cidade de São Paulo.

Os jardins, construídos me meados de 1909, reproduzem o projeto paisagístico inspirado nos jardins dos palácios franceses, como o charmoso palácio de Versailles. Décadas atrás o local era ponto de encontro da alta sociedade, entre árvores delicadamente moldadas pelo homem, flores e chafarizes centrais, o passeio em família era obrigatório. Em 1912 o criador do jardim, o inglês Archibald Forrest declaro: "Aos domingos e feriados, o passeio favorito do povo - italianos, negros, portugueses, alemães, paulistas e ingleses - é ir de carro da Praça da Sé até o Museu do Ipiranga. A viagem ocupa cerca de meia hora...”

O histórico grito “Independência ou Morte” pode ter hoje uma nova visão. A liberdade e o direito à preservação cultural de uma nação e o risco de morte e degradação desse patrimônio monumental.

Composição de Mulher

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on sábado, março 08, 2008

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Elas estão com tudo!
Cumprem uma verdadeira maratona entre a casa, família e trabalho. Elas querem mais! Estão certas! Já se foi o tempo em que ser dona de casa era o máximo de sua atuação. Elas conquistaram mais! Hoje ocupam cargos almejados pelos homens. Estão em ascensão em cargos empresariais, gerenciam negócios e comandam setores econômicos, políticos, culturais e sociais....


Elas nos encantam e são inspirações de grandes composições. Ecoam por nossos pensamentos e são lembradas nas mais belas canções. Para Tom Jobim, a menina se fez mulher e se tornou a coisa mais linda e cheia de graça. O doce balanço percorria o caminho do mar. Elas são únicas, cada uma com sua essência. São rosas de todas as cores com suas pétalas pendentes ao vento. Para Ana Carolina toda mulher gosta de rosa! Mas acompanhadas de um bilhete as deixam nervosas.

São frágeis. Conseguem abrir um sorriso em meio às lágrimas de felicidade. Os olhos encharcados brilham e revelam o gosto salgado. Chique Buarque já dizia que as mulheres de Atenas viviam pros seus maridos, num banho de leite encharcavam suas melenas. Talvez as mulheres de Atenas até tivessem certa saudade da Amélia, aquilo sim que era mulher, declararam Ataulfo Alves e Mário Lago.

Elas passam pela passarela do samba, encaram os palcos da MPB e se atiram no som do rock. A Anna Júlia de Marcelo Camelo passava sempre por mim tão linda que o olhar me fez perder no ar e na certeza de um amor. Seu Jorge declarou que Carolina é uma menina bem difícil de esquecer. Já Ana Canãs revelou que toda Ana ama, odeia, sonha e canta.

Elas merecem mais. Talvez uma em especial resuma a complexidade de uma mulher: Maria. Milton Nascimento expôs sua paixão por pela, uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta.


Nesta homenagem, indico as belas palavras de uma amiga menina moça mulher:

Eny Elisa com o seu Bocadinho de Prosa

Primeiro Passo...

Posted by Ricardo Cazarino | Posted on domingo, março 02, 2008

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Por Ricardo Cazarino

Sábado pela manhã, logo nas primeiras horas do dia, o vento gelado com alguns respingos de garoa cortava a avenida mais paulistana da cidade. Calma e com pouco movimento, não parecia ser a mesma que nos deparamos ao longo da semana. Algumas pessoas nas calçadas podiam circular sem pressa, os poucos carros deixavam longe o barulho habitual. Beirando a avenida, um grupo de pessoas, com profissões e idades distintas, se reúne em uma pequena sala para debater sobre um gesto comum a todas: solidariedade e inclusão social.

Hoje o país está carente de solidariedade. Instituições voltadas para diferentes áreas fazem o trabalho não realizado por nossos governantes. A falta de apoio ao setor é séria e faz com que alguns grupos em prol da cidadania fechem suas portas. Outros se mantêm com recursos escassos e dependem da ajuda de patrocinadores.

Em benefício à população carente, jovens infratores, idosos, viciados em drogas, álcool e outras tantas atuam pelo terceiro setor. A reunião em questão analisou os futuros projetos da OCAS – Organização Civil de Ação Social, que tem por missão criar instrumentos de transformação com os quais essas pessoas em situação de rua possam se identificar e serem seus próprios agentes no resgate de uma vida digna.

Fundada há 6 anos com atuação em São Paulo e Rio de Janeiro, um dos principais trabalhos realizados é a revista OCAS, um espaço com assuntos culturais, políticos e sociais. Com matérias escritas e produzidas por voluntários, elas são vendidas exclusivamente nas ruas por ex-moradores de ruas que atingiram um grau de independência social. Cadastrados e treinados eles vendem cada exemplar por R$ 3,00. Desse valor, R$ 2,00 ficam com o vendedor, o que promove uma autonomia financeira e vínculo com a ONG.

Hoje OCAS passa por uma fase de transformação e vai ampliar suas atuações atingindo um número maior de beneficiados. Para isso precisa do apoio dos voluntários e novos membros que se interessem pelo projeto. Apesar do término da reunião, há muito que se fazer ainda. Um passo a mais foi dado...outros, com certeza, serão. E você? O que acha de dedicar um pouco de seu tempo a terceiros? Uma vez por semana, por mês...não importa. O que vale e a capacidade de se dedicar ao próximo e ajudar manter a cidadania.

Mais informações : http://www.ocas.org.br/